As aventuras malucas da meiga garotinha abrem um grande leque visual a ser explorado. E exploram mesmo! A lista de filmes, quadrinhos, brinquedos, pelúcias, teatros, clipes e toda e qualquer outra parafarnália com a temática de Alice, é muito longa. Só de filmes já é uma infinidade. Com os jogos não poderia ser diferente: outra infinidade, por isso é que volto aqui para dar continuidade ao mesmo assunto.
É claro que no quesito de games, a lista de faces da Alice é menor, o que, para mim, não é muito compreensível, já que o tema é de uma interatividade muito maior que o cinema pode proporcionar. Bem, vamos então ao resto da lista.
Kingdom Hearts: O cenário do País das Maravilhas
Plataformas: Ps2, GameBoy Advanced
Nota: 1 cogumelo
Não dá para ignorar o fato desse jogo não ter o roteiro completamente voltado á história de Alice, nem que não se pode jogar com a garota, ou nenhum dos personagens baseados na obra de Lewis Carroll, então só será possível analisar esse jogo se for observado também todo o resto em geral, porém a nota vai apenas para o cenário em questão.
A história do jogo é: O “rei” Mickey sumiu, e um garoto (que se veste muito mal) com uma chave mágica chamada de KeyBlade, deve adentrar os demais desenhos da Disney com suas variadas mitologias para descobrir onde o camundongo foi parar.
Não parece ser tão ruim assim falando, já que é possível interagir com diversos personagens da empresa que mudou a infância de diversas pessoas. Era pra ser muito gratificante você poder assumir alguém com quem se identifica e poder conversar com os heróis dos desenhos que tanto te marcaram. Mas não é assim que o jogo funciona, na verdade.
Sora não é nada carismático. Não dá para se identificar com ele, pois ele age como um completo personagem de RPG sem muitos traços ou ações que pessoas normais tem. E ele se veste muito mal. É bom frisar isso, porque o design da personagem é péssimo, e suas falas são todas genéricas de personagens de RPGs o que não impressiona mais já que temos milhares de personagens com a personalidade de Sora, ou seja, ele é estereotipado ao extremo, e isso é péssimo. Talvez isso tenha sido feito para homenagear os outros personagens de RPGs, mas ao meu ver, não funcionou.
O jogo é mais ou menos em plataforma, e tem um clima de RPG, porém sua jogabilidade é simplesmente deplorável. As batalhas são muito ruins, e se fosse em turnos, como os antigos RPGs da Square, seria muito mais agradável.
Agora vamos falar da parte onde aparecem os vilões e heróis do tema do blog: O cenário onde você vai ao País das Maravilhas.
Não. Ele não pode ser considerado o País das Maravilhas. É apenas uma versão emulada dele. Os jogos de Alice que antecedem este apresentam isso muito melhor, e sendo um jogo que veio muito depois de American McGee’s Alice, o resultado se torna ainda pior. Até mesmo o País das Maravilhas do jogo 2-D de GameBoy Color é melhor que este. Não é bom copiar os jogos antigos, nem é preciso superá-los, ainda mais porque a intenção do jogo nem é a de fazer algo focado totalmente no País das Maravilhas, mas caprichar o mínimo neste só pro ser o cenário mais fraco (que não seja para a introdução) é um coice aos fãs da animação da Disney.
O País das Maravilhas emulado por Kingdom Hearts é feito por quatro salas: A fortaleza das portas, a sala onde fica a porta falante, o jardim da rainha (também campo de croquet) e uma floresta. Porém é tudo muito mal formulado e sem dimensões. Sem dimensões mesmo, pois os cenários são todos encaixotados e coisas como o céu, ou o grande labirinto da rainha, são meros papéis de parede.
O melhor é que constantemente você é levado á sala com a porta falante, porém de outro ângulo e em outra dimensão de tamanho, e isso ficou legal na parte dos puzzles e também fica dentro da temática, porém SÓ isso é muito pouco. O engraçado é que achei os demais cenários, como por exemplo, o mundo de Hércules, muito mais caprichados que este. Nenhum dos outros que joguei até agora são encaixotados.
Durante sua estadia no País das Maravilhas, é preciso ficar muito tempo desbravando a floresta encaixotada, e pular de cogumelos feitos de tortas para galhos, para diversas outras coisas do cenário, porém isso é péssimo: o pulo de Sora é simplesmente terrível. E quantas vezes não é preciso tomar os mesmos caminhos para chegar onde errou o pulo para simplesmente errar de novo? Jogar se torna extremamente cansativo por causa disso.
Kingdom Hearts tem uma premissa muito boa e a idéia não é ruim, porém é muito mal executada, e metade disso é devido à escolha do protagonista do jogo, porém isso só vale para o primeiro jogo, e estranhei muito algo tão ameno para uma série tão conhecida, portanto deduzo que as sequencias sejam melhores (vide isso também na série Street, que fez sua grande fama apenas a partir do segundo jogo).
Mas uma coisa que merece meus aplausos em pé são os gráficos da Rainha Vermelha, da Alice, das cartas e do coelho branco, estão ótimos e lembram bem o desenho da Disney, mas é só, e é o que garante o único cogumelo que este cenário recebe na lista.
Tim’s Burton Alice in Wonderland – The Game
Plataformas: Wii, PC
Nota: 3 cogumelos
Não é de se esperar muito, de qualquer que seja o jogo baseado em qualquer que seja o filme, porém Alice por Tim Burton dava uma pontinha de esperança em mudar isso, uma vez que o roteiro do filme foi claramente influenciado pelo jogo do American McGee, que é extremamente bom. Isso dava uma ponta de esperança que o jogo do filme ao menos tentasse superar sua fonte.
Porém o resultado é um jogo visualmente muito bonito, porém que não passa de uma enorme propaganda para chamar as pessoas para o cinema. Ele não foi pensado para ser um jogo que caminha pelas próprias pernas, portanto fica na lista dos demais jogos baseados em filme apenas para promoção.
Alice in Wonderland está muito abaixo do nível dos jogos da atualidade, mas mais que isso, Alice in Wonderland lembra os antigos jogos de Playstation 1, tais como Harry Potter e a Pedra Filosofal, e é esse efeito de nostalgia que ele causa, mais os efeitos de luzes do jogo, e a jogabilidade simples e divertida que lhe garantem os três cogumelos.
É um jogo diferente, pois você não controla a personagem do título, mas sim os outros seres que habitam o lugar imaginário. Chocante. Por um lado é bom, já que a premissa é a de uma experiência de jogo diferenciada, entretanto a execução não fica tão boa nessa versão, pois a lombriga de controlar a menina, que aqui é uma pirralha e só fica atrapalhando, é muito grande, uma vez que sue antecessor é muito marcante.
Mesmo assim o jogo é simples e divertido, os puzzles são bem bolados e as habilidades das personagens são bem utilizadas. A história do filme parece estar compacta no jogo, e é isso que não o faz parecer um jogo como os atuais, pois é tudo muito resumido e a história é mostrada muito rapidamente, como qualquer um dos filmes de Michael Bay.
Tim’s Burton Alice in Wonderland – The Game
Plataformas: Nintendo DS
Nota: 5 cogumelos
O conceito é o mesmo que a versão de Wii/PC, porém, a execução é outra, e esta sim dá certo, o que faz com que este jogo merece ser analisado separado de sua outra versão.
O negócio deste game também é controlar os outros personagens guiando Alice, porém houve certa adaptação na história, o que faz muita diferença. A versão de DS se desprendeu do filme, e caminha com as próprias pernas como um jogo propriamente dito, portanto não cometeu o erro dos demais jogos que são inspirados em filmes.
A história aqui também é compacta, porém isso não é um problema, pois ela é passada com mais cuidado que o outro jogo, e aqui há um grande diferencial: O País das Maravilhas está fragmentado, e Alice é guiada para encontrar esses pedaços, para poder tornar Underland em Wonderland. Um conceito compacto bem mais interessante que as outras versões do jogo, que apenas apresentam o visual e um resumo da história do filme.O cenário e o design de personagens é uma maravilha á parte. Tudo é muito bizarro, e o estilo “cartoon” chega a lembrar com muito sucesso, as animações do Tim Burton, tais como “Noiva Cadáver” e “O Estranho Mundo de Jack”, e isso é um ponto positivo muito bom, já que o jogo tem a cara da excentricidade do diretor. O outro tenta fazer isso, mas o jogo é genérico demais para deixar esse aspecto em destaque.
A personagem do título, por não ser controlada, apenas segue ou o coelho branco, o chapeleiro, a lagarta ou o gato sorridente, e isso faz com que ás vezes ela atrapalhe mais que ajude aos moradores do País das Maravilhas, mas a jogabilidade leve e divertida dribla isso sem maiores problemas.
Alice de DS é um jogo único, tanto na parte gráfica como na jogabilidade. É uma ótima adaptação do filme, que estreou batendo recordes nos cinemas estrangeiros (aqui só chega na segunda semana de Abril), mas também funciona como um jogo sozinho, pois tem atitude e personalidade, e é por isso que pode ser classificado em 5 cogumelos.
Fushigi no Kuni no Alice
Plataforma: GameBoy Adavanced
Nota: 5 cogumelos
Antes de me despedir, e concluir o artigo, vou retomar um dos jogos já analisados antes: Fushigi no Kuni no Alice, o jogo de cartas que mencionei não ter paciência para aprender a jogar.
O jogo é extremamente viciante, o que faz seu aprendizado uma mera conseqüência da simples diversão de jogá-lo. O game é basicamente uma caça ao tesouro em tática, e você disputa contra personagens do País das Maravilhas para ver quem consegue cumprir os objetivos primeiro, por exemplo, você deve entregar um pedaço de queijo ao rato e depois ir para o ponto de chegada.
Para isso é necessário ir abrindo o tabuleiro em turnos para poder prosseguir, e a cada turno, uma carta para te ajudar ou atrapalhar seu adversário é recebida, e estas devem ser usadas para que você cumpra a missão antes e encontre logo o ponto final da fase.
Além de garantir uma grande diversão a perder horas e mais horas jogando, Fushigi no Kuni no Alice é ainda visualmente muito belo. Como já disse antes, uma tradução seria muito bem-vinda!
Bom, pode-se dizer que os poucos jogos com o tema do País das Maravilhas são compensados pela ótima qualidade que a maioria garante, e sim, admito que os 3 cogumelos que Fushigi no Kuni no Alice foram dados exatamente porque eu fui intolerante com o fato do jogo ser em japonês.
Para quem é fã, é muito legal conhecer todas essas faces de Alice, e para quem apenas gosta ou simpatiza com o mundo imaginado pela garotinha, é no mínimo divertido escolher um dos 5 ou 4 cogumelos e passar algumas horas de diversão virtual.
Como eu mencionei no começo do artigo, existe um leque muito grande de produtos com o tema de Alice no País das Maravilhas, e isso está aumentando ainda mais com a popularidade do filme, o que garante que eu com certeza voltarei a falar de jogos por aqui, mas é claro que não é só isso, e no próximo artigo, prometo voltar trazendo uma análise de diversos vídeo clipes musicais que tenham se baseado no clima maluco e adorável de Alice no País das Maravilhas.